domingo, 14 de março de 2010

A real história 4


Partindo de Serro fomos para Conceição do Mato Dentro, lá seguimos para um distrito dessa cidade chamada Tabuleiro. Devo lembrar que todo esse trajeto é estrada de terra. E outra dica de viagem, MINEIRO NÃO SABE DIZER QUE ALGO É LONGE. TUDO, EXATAMENTE TU-DO, PARA ELES É LOGO ALÍ! Nesse caso, SEMPRE pergunte a distância em quilômetros, e não se é longe ou perto, como se faz em São Paulo, se no Brasil usássemos milhas, seria melhor perguntar em milhas. Porque tudo dá para ir a pé para mineiro. (Aí eu digo: DARIA PARA DAR A VOLTA AO MUNDO A PÉ... se dá ou não dá para ir a pé, não é a questão, mas sim se é longe ou não.) Não vou mentir, eu fiquei revoltada com a noção de distância de mineiro. Acho que as mineiras devem ser as mulheres que menos tem celulite na face da terra, pelo tanto que elas andam, e as incríveis ladeiras existentes nesse lugar Pu$%*&@...

Outra coisa que me impressionou foi a população local. Há muitos negros e mulatos, brancos encontrei a partir de Ouro Preto, mas eram estudantes, então não contam porque eram de fora. Locais mesmo, somente na última cidade onde estive, que falarei mais para frente. Nota-se que a descendência de escravos africanos é muito significativa até Tabuleiro. Mas uma coisa que não se deve deixar de reparar são os olhos. As cores são lindas, é uma mistura de verde, mel, e castanho. Os olhos com todas aquelas cores são realçados em contraste com a cor da pele escura, seja negra ou morena mais escura. O que reparei também é que em toda essa viagem, mesmo passando por Belo Horizonte, que é a 3° maior cidade do Brasil, eu não vi nem uma japonesa ou mestiça como eu. Caso encontrasse, era de fora, assim como eu, me senti A ESTRANGEIRA dentro do meu próprio país. A pesar de não ser a primeira vez que isso acontece. Em Natal senti o mesmo, no Rio de Janeiro também, só que não relatei nada.

Em Tabuleiro, Renan e eu continuamos com as brigas, (porém, até em tão pequenas, mas que estavam enchendo o saco dos dois). Encontramos logo na entrada de Tabuleiro um Albergue da Juventude, que a senhora do Albergue de Diamantina muito prestativa, tinha entrado em contato antes, via Skype. O dono do Albergue chama-se Fernando, um jovem muito simpático e que administra o Albergue de forma excepcional. Essa é outra dica de viagem. Quem quiser fazer a Estrada Real gaste uns 3 ou 4 dias em Tabuleiro no Albergue do Fernando. É excelente mesmo, acredite. Sinceramente é o melhor Albergue que eu já fiquei, incluindo na comparação, os Albergues europeus que eu já me hospedei. Lá, as opções de passeio são variadas, as pessoas excelentes e os alojamentos excepcionais. Pena que eu não fiz todos os passeios, na verdade usei mais a parte de hospedagem e o principal atrativo eu fiz, “A cachoeira de Tabuleiro”. Uma queda d água de 273 metros, a 3° maior cachoeira do Brasil e a 1° de Minas Gerais.

Um comentário:

  1. Mayumi,você fala de uma forma tão natural, conhecedora das riquezas que a estrada real pode oferecer aos visitantes. Uma beleza imortalizada pelo tempo, onde nos remete ao período de exploração do ouro e diamantes, alimentando homens, cantigas, sonhos e ilusões.
    Quero parabenizá-la pela iniciativa. Ser uma ''contadora de história'', é alimentar o leitor, acompanhá-lo, vivenciar junto com ele a sensibilidade do autor da história.
    Sensibilidade essa que tive a possibilidade de vivenciar quando te conheci.''Nada é por acaso.''

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