domingo, 14 de março de 2010

A real história10


Estava tão cansada que quase não fui até o final de minha programação. O meu plano era começar em Diamantina e ir descendo até São João Del Rei, e como São João é próximo de Tiradentes, iria fazer também Tiradentes, mas de Maria Fumaça e voltar para São João. Fui convencida a continuar até o final por um dos amigos do Vitor, que é um dos integrantes da república de estudantes de Mariana, a República Renegados. Vitor tinha recebido mais dois amigos, um chamado Igor, (só decorei seu nome porque é o mesmo nome do meu ex-namorado) e o outro eu não lembro, mas todos o chamavam de Caveira. Caveira parece um indiano, é super magro e flexível, ele coloca o pé atrás do pescoço, tudo isso de pé, fizemos até um vídeo com as nossas bizarrices no carnaval. Se sentado, coloca os dois pés atrás do pescoço. É esquisitíssimo, mas super legal. Então ele me convenceu a continuar minha viagem. Assim segui eu no dia posterior para São João Del Rei.

Demorei muitíssimo para chegar em São João Del Rei, mas como fui dormindo o caminho todo, quase não senti o tempo passar. Só acordei com a muvuca do pessoal do ônibus tentando ver o acidente que tinha ocorrido na pista. Eram dois caminhões que se chocaram, mas entre os caminhões havia um carro. Era uma vez um carro, pois o automóvel ficou destroçado. Depois de duas horas de atraso, chego em São João Del Rei, tinha saído de Mariana às 19:30, era para ter chegado às 23:30 mas cheguei à 1:30 da matina. Paula que estava me esperando na rodoviária, devia estar mais cansada que eu, ou não, pois eu também estava exausta. Paula é amiga de uma outra moça que também se chama Paula, entrei em contato anteriormente com a segunda Paula para me hospedar e conhecer a cidade. As duas Paulas são formadas em letras pela universidade de São João Del Rei, as duas são professoras e uns amores, foi muita sorte ter-las conhecido.

Paula, a que me hospedou é uma figura. Muito alegre, bem disposta, faladeira (assim como eu), espontânea, expansiva, trabalhadora e graças a Deus ama uma festa. Ela tem um filinho de dez anos de idade chamado Luís. A empregada dela chama-se Luciana, aí olha a confusão. Quando ela chamava Luciana (a moça que trabalha para ela, eu pensava que era eu, quando ela chamava o Lulu (meu apelido, mas também de Luís), eu também respondia pensando que era eu. Era um tal de Lu, Lulu, Luluzinha, Luciana e ninguém sabia com quem ela queria falar. Era engraçado.

Depois de tanto tempo viajando, meu estômago já estava me castigando. Para ser mais clara, eu estava com piriri. Tudo o que comia, ia embora em alguns minutos, comida entrava e comida saía. Meu corpo já estava cansado de tanta viagem, mudança de alimentação, especialmente de temperatura. Além disso, o carnaval e as trilhas exigiram muito de meu corpo, que não está lá muito atlético hoje em dia.

Paula a minha grande hospedeira, estava em um ritmo de trabalho frenético, mesmo assim me acompanhou em um churrasco na República Capim Canela, da qual ela mesma me apresentou a galera. Nessa república há somente homens, todos estudantes da Universidade Federal de São João Del Rei, e TODOS fazem engenharia de alguma coisa, a república fica de frente à casa de Paula. Quando Paula queria falar algo com eles, ou eles com ela, era aquela gritaria, cada um na sua casa, mas gritando na janela, qualquer um que passasse na rua escutava o churrasco que estava sendo planejado, (se tivesse a audácia de entrar na conversa, pode ser que eles até convidassem o intrometido para o churrasco hehehe). Paula, no dia seguinte ao churrasco da República Capim Canela fez um churrasco em sua própria casa, para retribuir a gentileza do último. Como sempre todos foram muito receptivos, e para não perder o costume, me achavam maluquinha em fazer essa viagem sozinha, apesar de tudo, também me admiravam pelo meu feito.

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